As pessoas andam tão “donas da razão” que ando até com medo de emitir minha (humilde) opinião sobre qualquer assunto, quer seja no ambiente virtual e, principalmente, se for pessoalmente. Um perigo!
Outro dia resolvi postar numa rede social o
meu ponto de vista sobre um determinado acontecimento em nosso país. Pronto,
gerei um motivo de discórdia, ofensas e muito desrespeito para com a opinião
alheia, por parte de muitos amigos virtuais. O que se viu foi uma guerra
política e muita grosseria na minha página.
Fiquei muito aborrecida e decepcionada com
a intolerância, falta de empatia e o pior: muitas pessoas se mostrando
crédulas, que não sei dizer se são assim por pura ingenuidade, por simples
comodidade ou por modismo político. Acabei
deletando minha postagem.
Eu sempre fui uma pessoa com dúvidas. Nasci
assim, querendo explicação para tudo. Minha
mãe dizia que eu era muito curiosa, com muitas perguntas, só que essas ficavam,
em sua maioria, sem respostas. A escola saciou algumas dúvidas infantis, os
colegas esclareceram outras, mas quanto mais eu crescia, mais dúvidas apareciam,
bem maiores e complexas. Até hoje, quando ouço algo, sempre fico com um pé
atrás até ter certeza daquela informação. Aprendi nos bancos da Faculdade de
Comunicação (faz muito tempo...), que precisamos ter dúvidas. Nossos
professores repetiam o mesmo mantra: ouça várias opiniões sobre o mesmo assunto,
pesquise, leia e só depois, tire suas próprias conclusões. Duvide de tudo e de todos. Atente-se a vários
canais de informação.
Eu não consigo entender como as pessoas compartilham
notícias e informações, acreditando ser verdade, mesmo tendo acesso a tantos
canais de informação que contrariam aquilo. Divulgam simplesmente porque
“fulano” disse. Ninguém, nem esse “seu fulano” e nem mesmo eu, somos detentores
de verdades absolutas. Qualquer coisa, por menor que seja, possui várias formas
e lados a serem observados e analisados.
É importante que procuremos ter nossas
opiniões baseadas em informações de confiança, concretas e, de preferência,
documentadas. Procurar ler várias fontes, refletir, raciocinar e depois, sim,
chegar a alguma conclusão.
Sabendo ainda, que podemos, ou melhor,
devemos mudar nosso ponto de vista sobre qualquer assunto, se descobrirmos que
erramos em primeira análise. Não podemos ter “aquela velha opinião formada
sobre tudo”. Precisamos evoluir todos os
dias, crescer, aprender.
Concluindo meus pensamentos, se antes eu já pensava antes de postar alguma coisa nas redes sociais, hoje estou evitando assuntos polêmicos. Aliás, estou evitando aquilo que pode me deixar magoada, com mal-estar.
Estou me limitando a receitas de bolos, tortas, receitas práticas de salgados, tutorial para cultivar plantas em casa e dicas para cuidar de seus animaizinhos domésticos. Apesar de que, outro dia houve um embate na minha postagem: qual era mais gostoso, o bolo de fubá ou o bolo de laranja? Teve gente que elegeu o bolo de banana, criticando avidamente os demais.
E
você, o que acha? Qual a sua opinião? Pense bem antes de responder, não vá
criar confusão por aqui.
(*) Fátima Florentino é coordenadora do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras (AAL)
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