segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Fontes e formas de amor - Eric Costa e Silva (*)

Todos temos um farol em nossas vidas, um a um, eles são como os amigos de longa data, e pelos ventos vão sacudir abraços luminosos. Posso dizer que neles encontramos a presença querida e bem-vinda em qualquer lugar. Os amigos, sempre nos desfazem da nossa alma e estão presentes em novas Histórias.

Já, naquelas noites de indecisão, onde as estrelas não ajudam mais a seguir o caminho das águas em direção ao barco das razões do distanciar, buscamos as resoluções de vida e lá estão os amigos a aconselhar em cada etapa a ser seguida.

Hoje, nestas noites de névoa, sem nenhuma demora, há tempos não me sinto seguro para navegar entre as pedras e tormentos de meu mar interior, a rugirem eternas buscas de um abraço.

Essa voz que grita e cala, certa ou errada, no jogo das escolhas da vida, todos tomam as suas decisões e essas serão jogadas nas toalhas dos piqueniques da praça e lá estarão colocados aos nossos olhos, cada um de nossos nãos e sins.

Ser farol de alguém é perceber do alto mar a luz sensata a nos ensinar a sentença, na qual, necessariamente, no velho farol de nossos passos, irão brilhar firmemente, até mesmo nos momentos sombrios e nem sempre seremos iluminados pelos sorrisos de quem desejamos. Mas os amigos estarão a postos para ouvir nossas lamúrias de amor.

Agora! Com toda a sua beleza, amigo, digo a você, noutras noites de lua fácil, solitário e nunca sozinho, pois, está em minha mente, brinco nas areias à beira do rio Tietê. 

Olho para frente e sinto no presente a imagem da pessoa amada, da qual, muitas vezes, meu amigo, você pede para esquecer. Sou grato aos amigos conselheiros, mais ainda aos amigos postos nos livros de minha estante, também não posso deixar de amar minhas poesias, todas imagens quebradas de um homem difícil, tudo isso dão fôlego para continuar e são todos, faróis em minha vida.

Entretanto, estou acostumado a amar e não ser amado, talvez por correr de disputas amorosas, onde elas estão, sou a desistência.

Nesta métrica de amor, mede-se até mesmo o sutil e leve doce do perfume, mesmo assim, não devemos nos deixar abater pelos tortuosos caminhos a nos apressar nas pedras de vagas ou quase nenhuma hora de atenção, pois, viver apenas de um querer distante é navegar o barco para ondas revoltas e, numa hora, o barco dos sentimentos afunda.

Outra vez, trago um pouco de meu eu vivido em palavras e elas, agora, rondam a diplomacia da maturidade de maneira a se perfumarem na máxima do esperar e sem querer, nesse ato de esperança da vinda do outro, nossos desejos rumam para a luz deletéria a nos distanciar.

Mesmo assim, tenho os amigos a perfazer lenços para enxugar o fundo das minhas hodiernas lágrimas de um amor desejado, marcante e deveras tantas, amiúde lembrado em meus dias.

 

(*) Eric Costa e Silva, escritor, membro do Grupo
Experimental da Academia Araçatubense de Letras (AAL).

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